Bancada de Jackson dá recado claro na Câmara: um gesto que fala mais que palavras
Na política, nem sempre os gestos mais importantes estão no discurso inflamado ou na aprovação de um projeto. Muitas vezes, é no silêncio, na ausência ou mesmo em um simples levantar-se de cadeira que a mensagem se torna mais forte. Foi exatamente isso que aconteceu na Câmara Municipal de Santa Rita.
Na última sessão, a bancada do prefeito Jackson Alvino decidiu esvaziar o plenário em reação à escalada de tensões promovida pelo presidente da Casa, Epitácio Viturino, ao lado de seus aliados de oposição, entre eles o vereador Alysson Gomes, a vereadora Cleidinha de Digão e, mais recentemente, o vereador Anderson Liberato.
O episódio não nasceu de uma hora para outra. Ele é fruto de uma sequência de incidentes que vinham se acumulando nos últimos meses, seja no tom dos discursos, seja nas postagens de redes sociais de Epitácio e dos vereadores oposicionistas. O estopim, no entanto, aconteceu dias antes, quando Alysson Gomes conseguiu aprovar, em bloco, um requerimento ao Tribunal de Contas do Estado para investigar os festejos juninos de 2025 da Prefeitura.
A jogada política pegou a bancada governista de surpresa. E foi justamente aí que um detalhe mudou tudo: o vereador Anderson Liberato, ainda integrante da base do prefeito, foi flagrado rindo dos colegas que haviam sido driblados por Alysson. Um gesto aparentemente pequeno, mas que desencadeou conversas de bastidores, articulações e, por fim, reposicionamentos dentro da Casa.
A resposta do grupo do prefeito veio organizada. Não foi um ato isolado. Foi resultado de reuniões, alinhamentos e um plano de contenção. O esvaziamento do plenário não deve ser lido apenas como um ato contra Epitácio Viturino. Ele significa muito mais: demonstração de coesão, de unidade e, sobretudo, de que a bancada governista entendeu a necessidade de mostrar força política em bloco.
Esse movimento pode mudar o tom dos debates a partir de agora. Com maioria, os vereadores da base de Jackson Alvino tendem a intensificar a defesa da gestão municipal e dos projetos enviados pelo Executivo. Isso deve provocar embates ainda mais acalorados no plenário, mas, desta vez, com um recado claro: a base governista não vai mais se dispersar diante das articulações da oposição.
A política, afinal, é feita desses sinais. E o gesto da saída coletiva, ainda que pareça simples, talvez seja um dos recados mais fortes já dados nesta legislatura.
Crédito imagem: Reprodução/YouTube
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