Câmara de Santa Rita: quando a política se transforma em campo de batalha
A Câmara Municipal de Santa Rita parece ter se transformado em uma panela de pressão, um vulcão prestes a entrar em erupção. Depois do atentado a tiros contra a granja do vereador Otávio Bernardino, no Alto das Populares, agora é o vereador Wagner de Bebê quem denuncia estar sendo ameaçado de morte, chegando a afirmar que até uma recompensa teria sido oferecida em troca da sua vida.
Não é um caso isolado. Em 12 de agosto, ao final de uma sessão, o vereador Lemuel Ludovico declarou que o motivo de um voto seu em plenário havia sido a forma como vinha sendo tratado dentro da própria Casa. O ambiente, que deveria ser de debate democrático, se transformou em palco de pressões, tensões e retaliações pessoais.
Na manhã desta quinta-feira (4), o jornalista Guttenberg Cardoso trouxe à tona mais detalhes durante o programa Paraíba Agora, na Rádio POP FM, em João Pessoa. Ele revelou que, em conversas com vereadores, descobriu que dos 19 parlamentares, nove já contrataram seguros de vida por orientação de suas famílias. Há relatos de uso de coletes à prova de balas e até contratação de seguranças particulares por alguns parlamentares. Guttenberg ainda destacou que até o prefeito Jackson Alvino reforçou sua segurança privada.
O que está acontecendo em Santa Rita? Até onde vai chegar esse clima de intimidação e medo que tomou conta da Câmara Municipal? O espaço que deveria simbolizar a pluralidade de vozes e o contraditório está sendo transformado em arena de guerra pessoal e de egos. Divergências políticas, naturais em qualquer democracia, passaram a ser tratadas como inimizades irreconciliáveis, abrindo espaço para o ódio e a violência.
A situação é grave. Pautas essenciais para a cidade ficam paralisadas, interesses coletivos são engolidos por disputas particulares e a própria imagem do Legislativo é manchada. O plenário que leva o nome de um dos mais lendários prefeitos de Santa Rita hoje é cenário de uma crise que envergonha não apenas os parlamentares, mas todo um povo que espera ver no Parlamento a defesa de sua cidadania.
A democracia santa-ritense precisa reencontrar seu caminho. O Legislativo deve voltar a ser um espaço de independência e harmonia com os demais poderes, e não de ameaças, medo e violência. Do contrário, o risco é transformar o sonho de uma cidade mais justa e próspera em um terreno minado pela intolerância.
Crédito imagem: Reprodução


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